Grande parte das nossas crianças entre 0 e 6 anos de idade está matriculada numa escola de educação infantil. Isso acontece em parte devido a necessidades profissionais dos pais, mas também pelo crescente conhecimento da importância que a escola representa na vida e no desenvolvimento da criança.
A escola é o primeiro grupo social, fora da família, que a criança conhecerá.
Os pais precisam se sentir seguros em relação à escola, para que essa nova experiência seja positiva do ponto de vista da criança. Para tanto é necessário que os mesmos conheçam a escola e sintam que é esta “compreensão do infantil” que norteia todas as práticas pedagógicas da escola.
É sobre isso que pretendemos discutir neste breve texto; o infantil na educação infantil.
Muitas crianças ingressam com meses de vida na escola. Neste período, a criança necessita que suas necessidades sejam atendidas. Não só o cuidado físico, como alimentar, manter a higiene pessoal, sono e segurança, mas, sobretudo o cuidado emocional. É por isso que o educador ao cuidar do bebê, não o faz “mecanicamente”, mas ele toca o bebê, pega no colo, olha nos seus olhinhos, conversa com ele, ou seja, transmite afetividade e segurança. O bebê precisa do afeto do educador pra poder se sentir seguro e se desenvolver. Desta forma, o educador “dá continuidade” ao trabalho da mãe.
No período da vida, que compreende a educação infantil, a identidade da criança está em construção. A família é o primeiro grupo social que a criança freqüenta. Cada família tem as suas especificidades: sobrenome, história, hábitos, religião, percepção do mundo, projetos, etc. Quando a criança ingressa na escola ela faz parte de um grupo social maior. Começa a perceber que existem famílias diferentes da dela. Existem outros adultos diferentes dos seus pais. Ela se depara com um outro universo cultural. Esta percepção de ser igual aos amigos em certos aspectos, mas de ser totalmente diferente em outros tantos, é um experiência enriquecedora para a construção da sua identidade pessoal. Para tanto, a escola deve respeitar as diversidades.
Outro item que corrobora para a construção da identidade é a percepção e a aquisição da imagem corporal. Imagem corporal é o conhecimento do próprio corpo, dos seus limites ; eu e não eu; e das partes do corpo.
Para adquirir esse conceito a criança precisa explorar o seu corpo. Ela o faz desde bebê. Quem já não achou graça ao ver o bebê tentando colocar na boca o seu próprio pé?
É dessa forma que ele aprende; manipulando, experimentado o mundo ao seu redor e o seu próprio corpo.
As atividades desenvolvidas na educação infantil, visam o desenvolvimento da psicomotricidade. A psicomotricidade promove diversas atividades corporais com um enfoque maior na motricidade, aumentando a capacidade da criança de interagir consigo mesma, com os outros e com o ambiente, possibilitando o desenvolvimento harmonioso de diversos movimentos, boa atenção, controle motor, coordenação viso-motora, adaptação temporal-espacial e uma estrutura corporal adequada.
A criança também explora os seus órgãos sexuais. Ela faz isso porque está conhecendo o corpo e explorando as sensações de prazer.
Mais tarde, ela percebe que os meninos são diferentes das meninas, e a criança se inclui num gênero; masculino ou feminino. Surge então as brincadeiras de imitar a mamãe e o papai. Ao imitar a criança treina os papéis sociais da mulher e do homem.
As crianças nessa fase da vida são heterônomas, ou seja, as regras e os valores vem de fora, geralmente os adultos dizem o que pode ser feito, o certo e o errado. Mas é nesse espaço que a criança vai caminhando para a autonomia, ou seja, ser capaz de se aventurar de fazer sozinha, de desenvolver a capacidade de se conduzir e tomar decisões por si própria, levando em conta as regras, os valores e a sua perspectiva pessoal e a do outro.
A linguagem também está se desenvolvendo. O bebê no início utiliza-se somente do choro como forma de comunicação, mas rapidamente começa imitir sons, gestos, depois sílabas e logo ouvimos as primeiras palavras sendo pronunciadas. Ao aprender a língua materna, a criança se apossa de um sentimento de pertinência social e cultural.
Também é nessa fase da vida que construímos a nossa auto-estima que “é a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau.”.
Segundo Coopersmith, as crianças não nascem boas ou más, espertas ou estúpidas, amáveis ou não. Elas desenvolvem estas idéias. Elas formam auto-imagem baseadas fortemente na forma como são tratadas por pessoas significantes em suas vidas, por exemplo, os pais, professores e amigos.
A escola é o lugar por excelência de aprendizado. É um dos ambientes mais ricos para promover o desenvolvimento cognitivo. Mas como a criança aprende?
o Ela aprende com os outros.
o Ela aprende por observação, imitação e oposição (o “não”, que tantas vezes escutamos das crianças, é uma forma de dizer que é um indivíduo único e expressar sua opinião).
o Brincando.
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO NFANTIL
Brincando a criança desenvolve a sua imaginação.
Ao brincar a criança internaliza e elabora seus conflitos, emoções e sentimentos.
Ela treina papéis e desenvolve habilidades; como atenção, memória e imaginação. Ela representa o mundo, criando, recriando e transformando a realidade.
A brincadeira é importante porque é um treino das regras sociais e de convivência. É interessante lembrarmos que nessa fase a criança é egocêntrica, ou seja, ela vê o mundo somente pelo seu ponto de vista, por isso e tão difícil repartir. Conforme ela vai crescendo e com a ajuda amorosa dos adultos ela vai paulatinamente se colocando no lugar do outro e perdendo a exclusividade da sua percepção.
A brincadeira ajuda a criança a interpretar a realidade.
A escola e os pais devem entender que brincar é coisa séria e oferecer um espaço nas atividades diárias para o brincar. Brincar pelo brincar, ou seja, sem nenhum objetivo, sem se preocupar em ensinar ou direcionar as brincadeiras.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
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